quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

HAMAS SE REESTRUTUROU DURANTE A TRÉGUA, DIZ ESPECIALISTA

28/01/2009 - 17h08
da Folha Online

Israel voltou a atacar palestinos na faixa de Gaza, com a intenção de acabar com o poder militar do movimento islâmico radical Hamas. A trégua, que havia sido aceita por ambos os lados antes da posse do presidente americano Barack Obama, foi quebrada.

As informações são de Renatho Costa, professor de pós-graduação em política e relações internacionais da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Para ele, o retorno desse conflito entre israelenses e palestinos mostra dois pontos fracos da política oriental e internacional.
"A recusa do Hamas de aceitar a existência do Estado de Israel como um fato concreto dificulta na criação de mecanismos que venham a discutir a criação de um novo Estado palestino. Isso porque grande parte dos atores internacionais se recusa a negociar com uma organização que é considerada terrorista", afirma.

Costa diz ainda que a falta de uma voz oficial e unânime entre os palestinos e a ausência de mecanismos internacionais eficientes são outros fatores que complicam uma possível trégua. "A ONU [Organização das Nações Unidas] reviveu seus anos de Guerra Fria ao permanecer inerte, enquanto os ataques israelenses ocorriam sob Gaza inclusive sobre suas bases e membros", relata.

De acordo com Costa, o apoio do governo Bush a Israel fez com que a votação de uma resolução no Conselho de Segurança da ONU fosse adiada até que Gaza tivesse sido severamente destruída, mas, mesmo após a votação, os Estados Unidos não intervieram.

"Da mesma maneira com que a resolução do conselho não surtiu efeito para o fim do conflito em Gaza, a trégua entre o Estado de Israel e o Hamas apresenta-se extremamente frágil. O Estado de Israel não tem a intenção de ceder e abrir suas fronteiras", diz. Segundo o professor, essa atitude desencadeia o risco de que uma trégua sirva apenas para que o Hamas se reestruture e volte a atuar, "como aconteceu agora".





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