domingo, 12 de setembro de 2010

ENTREVISTA SOBRE ORIENTE MÉDIO E PERFIL DO ANALISTA DE RI


Professor da UNIPAMPA analisa conflito Israel X Palestina em entrevista à rádio CBN
Sexta-feira, 10 de setembro de 2010, 23h00

O professor Renatho Costa, do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), Campus Santana do Livramento, concedeu uma entrevista à rádio CBN no último dia 05 de setembro. O assunto foi a recente reunião entre israelenses e palestinos promovida pelos Estados Unidos, e o professor Renatho fez uma análise do cenário, avaliando a mais recente tentativa com cautela e elencando diversos antecedentes culturais, políticos e históricos da questão. O Oriente Médio é um dos temas de ênfase da produção científica do docente, que também mantém dois blogs com comentários e análises (www.rcacademico.blogspot.com e www.hezbollahrc.blogspot.com)

Em entrevista por e-mail, o professor Renatho Costa amplia a leitura do cenário e faz uma rápida recuperação histórica do conflito, além de falar rapidamente sobre o processo de busca e os cuidados que um analista de relações internacionais deve ter com o uso de informações:

ACS - Na raiz do problema entre israelenses e palestinos, que fatores (culturas, religiões, política, recursos) o senhor elenca como influentes na dificuldade para que se consiga chegar a um consenso nesse conflito?

RENATHO COSTA - O que comumente chamamos de "Questão Palestina" se encaixaria nos desdobramentos para resolver a situação da população palestina após a criação do estado de Israel (1948). A ONU, recém-criada em 1947, através da Resolução 181, estabeleceu a divisão da Palestina em dois estados, um para os judeus e outro para os palestinos. Inicialmente a Agência Judaica aceitou o plano (que trazia uma pequena diferença territorial em prol dos judeus), mas os árabes não aceitaram e as consequências desse fato acabaram levando à guerra.

É importante ressaltar que há uma diferença religiosa entre judeus e árabes (cuja grande maioria é muçulmana), e isso é notório, mas o que estava em jogo naquele momento era o estabelecimento de um estado nacional. E, nesse sentido, os árabes e palestinos não entendiam que a criação de um estado judeu no território deles seria legítimo. Aqui, opto por utilizar o conceito de legítimo, haja vista, se pautarmos essa análise à luz do Direito Internacional, a criação do Estado de Israel ganharia o status de legalidade, haja vista ter recebido o aval da ONU.

O fato que gerou o agravamento da tensão entre palestinos e israelenses foi que depois dessa guerra inicial que levou à efetivação do Estado de Israel, praticamente todo o território que caberia aos palestinos foi subtraído. Nas guerras posteriores (1967 e 1973), além da redução do território palestino, os países árabes que lutaram contra Israel também perderam parte de seu território (somente sendo devolvido posteriormente, no caso do Egito. No caso da Síria, as Colinas de Golã ainda estão sob domínio israelense).

Diante desse panorama conflituoso, além do envolvimento de atores externos, surgiu a OLP (Organização para a Libertação da Palestina) para impetrar uma guerra irregular (pautada, inicialmente, em táticas terroristas) contra Israel, no intuito de obter algum poder de barganha na discussão acerca da criação de um Estado Palestino.

Também, diante dos desdobramentos históricos, a OLP passou a negociar com os israelenses no intuito de alcançar uma solução para o conflito. Mediados pelos Estados Unidos, os maiores avanços nesse processo se deram nos Acordos de Oslo; no entanto, também não serviram para resolver a disputa entre os dois povos.

Nesse contexto bastante beligerante, ainda temos o surgimento de grupos extremistas judeus e muçulmanos, que não aceitam qualquer tipo de negociação com a outra parte. Esses grupos, como o Hamas, não aceitam a existência do estado de Israel, o que inviabiliza qualquer iniciativa no sentido de "falar" em palestinos como um grupo homogêneo. A ANP (Autoridade Nacional Palestina) acaba representando somente um segmento dos palestinos, mais especificamente aqueles que vivem na Cisjordânia e que não são considerados fundamentalistas.

Nesse sentido, o grande problema para se resolver essa questão não está fundamentado exatamente na diferença religiosa. Também não se aventa mais a possibilidade de criação de um estado binacional, haja vista os judeus terem receio de, num futuro próximo, tornarem-se uma minoria e perderem o poder. Assim, a saída seria a criação de um estado palestino. Entretanto, não se vislumbra uma fronteira viável.

Os palestinos têm receio de que se aceitarem um território muito reduzido, nunca mais poderão conseguir lutar pelas "fronteiras de 1947". Por outro lado, um argumento que ganha força é de que seria melhor criar um estado palestino com o território que for possível do que perdê-lo gradualmente para os assentamentos judaicos.

Esses são apenas alguns fatores complicadores no processo que levaria à criação de um estado palestino. Ainda caberia discutir a importância geopolítica do estado de Israel para os Estados Unidos. Qualquer proposta que venha a ferir os interesses estadunidenses no Oriente Médio já teria dificuldade de ser implantada, então, a "segurança de Israel" é um fator que deve ser levando em consideração – mesmo que em detrimento dos anseios palestinos. Saliento que esse seria o ponto de vista do governo estadunidense.

Assim, grosso modo, a dificuldade nesse processo de negociação diz respeito, primeiramente, ao fato de que os atores que estão negociando por parte de palestinos e israelenses têm muito limitas a autonomia para firmar acordos. A ANP não representa os palestinos, haja vista termos o Hamas controlando a Faixa de Gaza e se posicionando enfaticamente contra a negociação.

E o presidente israelense, Benyamin Netanyahu, tampouco estaria disposto a ceder nesse processo de negociação. Principalmente na questão que diz respeito à ampliação dos assentamentos judeus na Cisjordânia. Dessa forma, o fator que prevalece nessa discussão diz respeito, muito mais, às dificuldades políticas existentes, do que às diferenças religiosas.

ACS - Em meio aos danos e às mortes causadas pelos atentados, que papel a religião islâmica (ou a interpretação que dela se faz com intuitos políticos) desempenha no lado palestino?

RENATHO COSTA - As ações terroristas não foram "criadas" pelos muçulmanos. Mesmo durante o processo de criação do Estado de Israel (no início do século passado), uma organização judaica, conhecida por Irgun, impetrou inúmeros atentados contra os ingleses (que detinham o mandato da Palestina) e palestinos. Então, a tática terrorista normalmente é utiliza no intuito de provocar o desequilíbrio de forças. Como não é possível atuar numa guerra convencional (porque teoricamente o inimigo detém maior poder), opta-se pela tática terrorista.

Ocorre que já na década de 1960 a OLP, que é uma organização palestina e secular (cuja maior autoridade não era um religioso, Yasser Arafat), já utilizava a tática terrorista contra o inimigo israelense. Então, não havia a justificativa dessas ações com base nos ditames muçulmanos, era a tática que melhor atendia os objetivos propostos pela organização.

Até porque, se nos reportarmos ao Corão, muitas das práticas que hoje são utilizadas com frequência por organizações fundamentalistas são condenáveis. O suicídio é claramente condenado, assim como matar outro muçulmano. No entanto, organizações fundamentalistas encontram a possibilidade de utilizar esses recursos a partir de interpretações específicas de algumas lideranças religiosas. Como o Islã não possui uma autoridade maior (como o Papa) para falar em nome da religião, abre precedente para lideranças pontuais exporem suas interpretações. Essas, por sua vez, são endossadas por seus seguidores e as ações terroristas acabam sendo entendidas como legítimas.

Mas cabe a ressalva de que somente alguns segmentos mais extremistas optam pela atuação a partir de táticas terroristas, a grande maioria dos muçulmanos reitera a visão pacifista do Corão e condenam tais ações. O fato é que diante da repressão e da pobreza que muitos palestinos vivem, como na Faixa de Gaza, a opção por uma saída extremada acaba sendo a mais viável (ou a única). Ou mesmo, como o Hamas encontra-se no poder e expõe sua interpretação para o conflito (aqui não faço qualquer crítica acerca da perspectiva do Hamas, apenas exponho o fato), acaba fazendo com que essa seja "a verdadeira" maneira de entendê-lo.

O radicalismo, que mais comumente chamamos de fundamentalismo islâmico, ou Islã Político, nada mais é do que uma interpretação do Corão à luz dos interesses de determinados grupos. O Hamas tem uma percepção acerca da legitimidade dos atos de terrorismo, a al-Qaeda tem uma visão semelhante, porém, a utiliza no plano macro, busca congregar todo o mundo muçulmano. Ainda temos outras organizações, em várias localidades do mundo muçulmano, que adotam essa maneira de pensar e agir. Mas não deixa de ser uma interpretação político-religiosa dos fatos para atender a interesses específicos (novamente, não entro no mérito da interpretação, o que demandaria uma explanação mais pontual acerca de cada organização e seus métodos).

Assim, o que é possível perceber acerca do uso político do Islã pelo Hamas, é que ele consegue manter sua demanda viva. Consegue congregar pessoas para sua luta e alcançar apoio de simpatizantes no mundo muçulmano; por outro lado, dificulta no desenvolvimento do processo de negociação, haja vista negar a existência do estado de Israel.

ACS - De que fontes de informação um analista da área de Relações Internacionais se abastece? E que cuidados deve tomar nesse processo de informar-se?

RENATHO COSTA - Para analisar um caso como a "Questão Palestina", fundamentalmente, é preciso que se tenha um embasamento histórico. Assim, ter acesso a uma bibliografia específica é imprescindível. E que essa bibliografia comporte os vários lados do conflito. Num caso como esse, muito é produzido para legitimar uma ação ou outra, então, apenas a partir do confronto de dados é que poderia ser construída uma análise mais objetiva.

Por outro lado, o analista de RI não é um jornalista. Ele não reporta fatos, ele os analisa e até pode apresentar possíveis cenários. No entanto, como os fatos ocorrem de maneira muito rápida, muitas vezes o analista de RI pode utilizar informações jornalísticas para tecer suas considerações. Evidentemente que o analista tem de ter conhecimento acerca de suas fontes e compreender se é um factóide ou um relato dos fatos.

No caso específico da "Questão Palestina", é possível ler uma mesma notícia a partir de perspectivas completamente distintas no Haaretz (jornal israelense), na Al-Jazeera (emissora de TV do Catar com grande audiência no mundo árabe e que também possui programação em inglês) e no The New York Times, por exemplo.

E, também, é muito importante ter acesso a outras análises de especialistas sobre os temas. A partir disso é possível criar um arcabouço crítico e construir suas próprias análises.

ACS - Qual a motivação de sua escolha pelos temas do Oriente Médio como área de especialização? E como um aluno de Relações Internacionais deve eleger a sua área de ênfase?

RENATHO COSTA - Escolhi essa área de pesquisa ainda na graduação em Relações Internacionais. Minha opção se deu a partir de duas vertentes. Primeiramente a percepção de que o Oriente Médio era uma região de extrema importância para o mundo e que no Brasil não havia muitos pesquisadores sobre o tema. Tínhamos (e ainda temos) historiadores, que desenvolvem pesquisas nessa área, mas não no intuito de discutir o momento presente, atribuição do analista de RI.

Segundo, porque após o 11 de setembro de 2001 (eu estava na graduação nesse momento) houve a necessidade de entender quem eram os muçulmanos que haviam impetrado os atentados contra o WTC e o Pentágono e como o terrorismo seria tratado no âmbito mundial. Na ocasião, tive a oportunidade de ter como professores dois grandes especialistas nessas áreas, Peter Demant (especialista em Oriente Médio) e Flávio Rocha (especialista em Segurança Internacional), e, conforme fui compreendendo melhor tais temas, passei a me interessar por eles.

Ao primeiro coube orientar-me, mas com base no que aprendi com os dois fui buscar o aprimoramento nessas áreas. Hoje, trabalho basicamente com questões relacionadas aos países do Oriente Médio e com o estudo do Terrorismo. Assim, acredito que o aluno deva, primeiramente, gostar do tema que pretende eleger como sua área de atuação. Não entregar-se a um tema apenas por oportunismo momentâneo, contudo, existem alguns segmentos que ainda necessitam de pesquisadores porque o Brasil é muito carente (devido às RI serem muito recentes no país), e, se for possível agregar esses dois fatores, melhor ainda.

ACS - A análise que o senhor apresentou na entrevista à CBN foi eminentemente política. Como esse estudo das relações internacionais conjuga os encaminhamentos políticos com as percepções na economia de determinado contexto?

RENATHO COSTA - Evidentemente que minha formação é política e foco nesse objeto de análise, contudo, quanto mais se conhece o objeto de estudo, mais vão sendo ampliadas as possibilidades de análise (às vezes, devido à necessidade de compreendê-lo melhor). Entretanto, nem sempre é possível elaborar uma análise econômica conjugada aos desencadeamentos políticos. Por sua vez, tomando como exemplo o estudo que desenvolvi sobre o Hezbollah (uma organização xiita libanesa que é considerada como terrorista por muitos Estados) na graduação e no mestrado, fui levado a estender meu conhecimento acerca do Líbano e, quando fui convidado a analisar questões políticas e de segurança (como os conflitos entre libaneses e israelenses), muitas vezes foi possível incrementar a análise à luz da perspectiva econômica do país. De certa forma, o aluno de RI acaba tendo um instrumental mais amplo para suas análises, basta aprofundar-se neles.

Heleno Nazário para Assessoria de Comunicação

Link com a entrevista original: www.unipampa.edu.br
Link com a entrevista à rádio CBN: www.cbn.com.br

3 comentários:

edélvio coêlho lindoso disse...

caro R.Costa, li c/att s/arrazoado s/a qstão palestina. sei q ñ lhe é desconhecido os fatos sôbre q descorrerei, mas darão ênfase à ações psicológicas do ator + reprimido.
quamdo da guerra contra os otomanos, entre 1914/1919, sob o mandato inglês confiado p/liga das nações, o 1º engodo contra os ismaelitas: foi-lhes sugerido a oportunidade de ter 1 estado, em troca de aliança militar nEsse embate. a inglaterra armou, treinou e comandou os árabes. é bom lembrar a lendária falange jordaniana, sob comando de lawrence das arábias, fato histórico.
2º engôdo: simultâneamente venderam terras, na palestina, a judeus pobres, askenases, do leste europeu, pagas por judeus-americanos ricos e numerosos, p/financiar os gastos bélicos. terminado o entrevero, ficou claro aos palestinos a escroqria dos sir.
3º estelionat: 1947, punguistas britânicos entregam o bastão imperial aos filhos, yankes; é parida a ONU e lançada a última jogada suja contra 1 povo milenar sôbre aqla área. truman tamponou o mandato do finado roosevelt e concorria ao próximo; trocou 2500mil votos dos judeus-cidadãos, ganhou a presidência e comandou a ONU, na pessoa do brasilairo aracnídeo osvaldo aranha a fazer a partilha de 1 terra q a 4 milênios era palmilhada por êsses árabes, q o q têm até hoje é a cara de enganados. ñ foram cheirados, nem consultados. ñ é q a parte dos judeus fossem 1 tiquinho maior q a dêles. foi assim: 43% para 1300mil de palestinos contra 57% p/700mil sionistas. êsse, o tamanho da lambança. só ps judeus aceitaram, e até hoje os mêio-irmãos nada têm, s/falar nos + 18 por cento perdidos na guerra dos 5 dias.
segurança de israel=interêsse americano, no OM, ter 1 ponta-de-lança, ali encravada, páu-mandado, espião e menino-de-recado. 1ª bucha contra o irâ e luta fora do território da águia, c/ de costune.
mediação dos EUA é uma incompatibilidade, vindicar prá si próprio.
irgun=grupo terrorista judeu, pré de s/inteligência de hoje.
obrigado renatho costa; êsse assunto é muito caro à mim; se quiser trocar informações, eu aceito.

edélvio coêlho lindoso disse...

caro R.Costa, li c/att s/arrazoado s/a qstão palestina. sei q ñ lhe é desconhecido os fatos sôbre q descorrerei, mas darão ênfase à ações psicológicas do ator + reprimido.
quamdo da guerra contra os otomanos, entre 1914/1919, sob o mandato inglês confiado p/liga das nações, o 1º engodo contra os ismaelitas: foi-lhes sugerido a oportunidade de ter 1 estado, em troca de aliança militar nEsse embate. a inglaterra armou, treinou e comandou os árabes. é bom lembrar a lendária falange jordaniana, sob comando de lawrence das arábias, fato histórico.
2º engôdo: simultâneamente venderam terras, na palestina, a judeus pobres, askenases, do leste europeu, pagas por judeus-americanos ricos e numerosos, p/financiar os gastos bélicos. terminado o entrevero, ficou claro aos palestinos a escroqria dos sir.
3º estelionat: 1947, punguistas britânicos entregam o bastão imperial aos filhos, yankes; é parida a ONU e lançada a última jogada suja contra 1 povo milenar sôbre aqla área. truman tamponou o mandato do finado roosevelt e concorria ao próximo; trocou 2500mil votos dos judeus-cidadãos, ganhou a presidência e comandou a ONU, na pessoa do brasilairo aracnídeo osvaldo aranha a fazer a partilha de 1 terra q a 4 milênios era palmilhada por êsses árabes, q o q têm até hoje é a cara de enganados. ñ foram cheirados, nem consultados. ñ é q a parte dos judeus fossem 1 tiquinho maior q a dêles. foi assim: 43% para 1300mil de palestinos contra 57% p/700mil sionistas. êsse, o tamanho da lambança. só ps judeus aceitaram, e até hoje os mêio-irmãos nada têm, s/falar nos + 18 por cento perdidos na guerra dos 5 dias.
segurança de israel=interêsse americano, no OM, ter 1 ponta-de-lança, ali encravada, páu-mandado, espião e menino-de-recado. 1ª bucha contra o irâ e luta fora do território da águia, c/ de costune.
mediação dos EUA é uma incompatibilidade, vindicar prá si próprio.
irgun=grupo terrorista judeu, pré de s/inteligência de hoje.
obrigado renatho costa; êsse assunto é muito caro à mim; se quiser trocar informações, eu aceito.

Unknown disse...

Olá Edélvio, primeiramente gostaria de agradecê-lo pelos comentários. Muitas das questões que trouxe para o debate são de extrema relevãncia para entender os descobramentos do que é a atual "questão palestina". Não entrei em demasia nos fatos históricos, pois não entendi que seria o espaço adequado. No entanto, entendo que grande parte desse problema foi construído pela própria atuação das potência do início do século XX. A divisão do Oriente Médio pela França e Grã-bretanha já representou uma violência ao conceito de auto-determinação dos povos (o que constava na carta da Liga das Nações, mas foi subvertido pelo sistema de mandatos), e, consequentemente, uma luta por interesses ocidentais na região. De certa forma, todo o processo de construção do Estado de Israel foi trilhado a luz de compra de territórios e depois, de uma projeto elaborado pela origanização Sionista. Evidentemente que tudo que ocorreu na Palestina até 1947 foi o estopim para o que vivemos hoje, ainda mais com a contínua ação estadunidense na região. Mas hoje a existência do Estado de Israel é um fato, então, todo o processo deveria ser encaminhado no sentido de que os palestinos também conseguissem seu território. É uma colocação difícil de ser aceita por muitos palestinos, mas a realidade é que cada vez mais os israelenses estão adentrando na Cisjordância e em breve será difícil estabelecer qualquer possível fronteira para outro estado, exceto se a palestina for convertida na Faixa de Gaza.